Final emocionante do futebol encerra Olimpíada do Exército com título inédito do CMA

Final emocionante do futebol encerra Olimpíada do Exército com título inédito do CMA

Campinas (SP) – Muito concentrados na estratégia que adotaram, o Comando Militar da Amazônia (CMA) e o Comando Militar do Oeste (CMO) fizeram a final e tecnicamente a melhor partida do torneio de futebol da Olimpíada do Exército – Bicentenário da Independência. Vitória nos pênaltis por 5 a 4 da Amazônia sobre o Oeste, após a partida encerrar em 2 a 2 no tempo normal.

1° tempo

O jogo, realizado no estádio da Escola Preparatória de Cadetes do Exército (EsPCEx), iniciou com um tempo agradável, permitindo que as equipes, desgastadas pelas partidas em sequência da fase de grupos, pudessem apresentar um bom futebol. E foi o que aconteceu. O bom público, que prestigiou a final, pôde ver dois times com esquemas táticos bem desenhados, organizados em campo e com estratégias bem definidas: o CMA jogou fechado, com todos os homens atrás da linha do meio-campo, apostando no contra-ataque; e o CMO postou o time no campo adversário, jogando com as linhas altas de marcação e com seus laterais bem espetados.

Mas quem saiu na frente no placar foi o CMA, que pouco frequentou o campo de ataque durante todo o jogo. Em uma bola rifada para frente aos 21 minutos do primeiro tempo, o centroavante da equipe amazônica, Capitão Mateus Lima, contou com a confusão da zaga do CMO para marcar em belo chute rasteiro de canhota da entrada da área.

A equipe do Oeste pareceu ter sentido, por alguns minutos, o gol sofrido e deu liberdade ao time amazônico, que passou a se sentir mais à vontade e quase marcou mais uma vez com o Capitão Mateus Lima. Em mais uma bola rifada para o campo de ataque, o centroavante do CMA ganhou na corrida do zagueiro e deu um toque por cima do goleiro Cabo Lopes.

A tônica, contudo, se manteve: CMO com mais posse, rodando a bola no campo de ataque e procurando espaços, principalmente pelas laterais; e o CMA fechado, com as linhas de marcação baixas e bastante próximas e com muita dificuldade pra sair jogando de trás.

Ainda no primeiro tempo, o técnico do CMO, Capitão Falcão, substituiu o lateral-esquerdo: saiu Soldado Ademir, entrou Cabo Wanzebock. A substituição deu mais opções de jogada ofensiva à equipe do Oeste pela beirada do campo.

2° tempo

Na saída para o intervalo, o então autor do único gol da partida disse que o CMA voltaria para o segundo tempo tentando marcar o segundo para sair do sufoco, mas não foi o que aconteceu.

O que se viu no início do segundo tempo foi um rolo compressor da equipe do Oeste sobre o CMA. Os primeiros minutos foram de muita bola cruzada na área da equipe amazônica, que baixou ainda mais as linhas e se defendia como podia. Tentando baixar a temperatura do jogo, o camisa 7, Cabo Pedro, ainda retardou a cobrança de uma falta a favor do CMO e foi advertido com cartão amarelo pelo árbitro da partida.

A insistência da equipe do CMO, contudo, foi premiada logo aos 10 minutos. Em um giro rápido dentro da área, o camisa 18 do Oeste, Soldado Matheus, chutou cruzado, rasteiro, forte, para acertar o canto inferior esquerdo do goleiro Soldado Luciano e deixar tudo igual no estádio da EsPCEx.

Depois do empate, a virada parecia iminente e ela veio aos 23 minutos do segundo tempo, com o camisa 16, 3° Sargento Freitas, em jogada na entrada da área.

O resultado fez com que a equipe amazônica, até aqui invicta no campeonato, se visse obrigada a sair de trás e buscar o empate. E ele veio, após o árbitro marcar uma falta dentro da área, aos 31 minutos, em cima do camisa 9 do CMA. E falta dentro da área é pênalti.

O lateral-direito Cabo Pedro chamou a responsabilidade e colocou a bola na marca da cal. O Cabo Lopes, contudo, foi mais feliz e defendeu a cobrança de pênalti, mas não contava que o rebote voltaria para o camisa 7, que se redimiu e marcou o gol. 2 a 2: tudo igual novamente em Campinas.

O desgaste começou a bater nos jogadores, e os minutos finais da partida não reservaram maiores emoções além de um jogo truncado e com muitas faltas no meio-campo. O árbitro assinalou mais três minutos de acréscimo, mas nada mudou no placar. O apito final veio e soou como um castigo para o CMO e como um alívio para o CMA.

A loteria dos pênaltis

Após o placar de 4 a 4 na disputa por pênaltis, na qual cada equipe desperdiçou uma cobrança para fora, chegou a série alternada.

O goleiro Soldado Luciano, da Amazônia, chamou a responsabilidade e pediu para bater o sexto pênalti. Mandou na trave esquerda do goleiro Cabo Lopes.

A bola que poderia ser do ouro para o CMO ficou nos pés do camisa 4, Soldado Junior, mas ele também desperdiçou.

A série alternada seguiu com gol do camisa 17 amazônico, 3° Sargento Marco Veiga. O ouro inédito chegou para o CMA com a cobrança para fora do camisa 7 do CMO, Soldado Quiaveli, que pegou muito embaixo da bola e, na sequência, desabou chorando no gramado.

Título inédito

O título do CMA veio em uma campanha muito regular: empate por 1 a 1 com o CMSE na estreia; vitória pelo placar mínimo contra o CML; e 2 a 1 na terceira rodada contra o CMNE garantiram a presença amazônica na final. O camisa 10 amazônico, Soldado Amaral, levou o prêmio de melhor jogador do torneio.

Ao final da partida, bastante sereno, o técnico campeão, 1° Tenente Fabiano, destacou o apoio prestado pelo Comandante Militar da Amazônia, General de Exército Furlan; pelo Chefe da Seção de Operações, Coronel Matos; e pelo Colégio Militar de Manaus, que cedeu o campo para os treinos da equipe. “Nesses dois meses, treinamos bastante a parte tática, a parte técnica e a parte física. Sabíamos que seria um jogo difícil. O jogo militar é um jogo mais truncado e a nossa estratégia sempre foi essa: jogar no 4-4-2 defendendo e atacar no 4-3-3, que é um ataque mais rápido e deu certo”, explicou.

Reportagem: 1° Ten Vital (2ª DE). Fotos: 3° Sgt Gilmar (EsSLog).

Image